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Doença do Refluxo Gastroesofágico

Atualizado: 20 de jun. de 2020

A doença do refluxo gastro-esofágico (DRGE) está presente quando os episódios de refluxo são responsáveis por alterações relacionadas à nutrição, ao esôfago, à função respiratória ou ao aparecimento de sintomas neurocomportamentais. Deve-se suspeitar quando os sintomas não melhoram após seis meses de idade, não respondem às medidas posturais e dietéticas e quando estão presentes repercussões clínicas, como parada do crescimento ou sintomas sugestivos de esofagite (inflamação do esôfago), como, por exemplo, azia, irritabilidade, dor e queimação no peito ou manifestações respiratórias. Ou pode manifestar-se de forma oculta, posteriormente sendo diagnosticado devido a suas consequências ou complicações.

As taxas mais elevadas da DRGE são observadas em crianças com transtornos do desenvolvimento e neuromusculares, como a distrofia muscular, a paralisia e o sofrimento cerebral. Também observamos em crianças portadoras de síndrome de Down, portadores de outras anormalidades motoras do esôfago e portadores de Fibose Cística.

As crianças em idade pré-escolar com DRGE podem apresentar regurgitações intermitentes. Menos comumente, elas podem ter complicações respiratórias, diminuição da ingestão alimentar, diminuição do ganho de peso ou aversão a alimentos sem quaisquer outras queixas. Um sintoma mais específico da DRGE é a síndrome de Sandifer, caracterizada por uma postura incomum, consistindo de arqueamento das costas, torção do pescoço e levantando-se do queixo. As crianças em idade escolar e os adolescentes apresentam sintomas semelhantes ao observado em adultos, como azia e/ou regurgitação. Assim como os sintomas, podemos observar as complicações da DRGE, incluindo esofagite, estenoses, esôfago de Barrett e rouquidão, devido à laringite induzida por refluxo. As crianças mais velhas podem se queixar de náuseas, disfagia (dificuldade para engolir) e/ou dor epigástrica, mas muitos pré-adolescentes não vão localizar a dor e vão relatar desconforto abdominal difuso.

As crianças pequenas ou não-verbais podem ser observados batendo seu peito. A DRGE é comum nos autistas e pode se manifestar apenas por comportamentos inexplicáveis ​​ou autoprejudiciais.

Para o diagnóstico inicial da DRGE, é necessário história clínica e exame físico completo. A avaliação inicial aponta para a identificação dos pontos positivos pertinentes à confirmação da DRGE e de suas complicações e dos pontos negativos, que podem tornam o diagnóstico improvável.

É extremamente importante ter conhecimento das características dos exames que são usados ​​para avaliar os indivíduos com sintomas de refluxo gastroesofágico (RGE) ou doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), como mostra na tabela 2. A abordagem clínica para selecionar entre os exames depende das características presentes em cada paciente.

O tratamento empírico da supressão ácida é frequentemente utilizado como um teste de diagnóstico e é sugerido para crianças mais velhas e adolescentes com azia. O tratamento consiste no uso de medicações.

A investigação diagnóstica e o tratamento deve ser abordado e orientado durante a consulta médica. É importante você mamãe e você papai questionar o seu pediatra ou o especialista na área de atuação em Gastroeenterologia Pediátrica sobre suas dúvidas em relação o quadro do seu filho.


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Dr. Mateus Andrade

Pediatra, Gastroenterologia Infantil – CRM 116585

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